Blablaísmo

Blá blá de qualidade

Archives

Michel contra o papel 2.0 #20 – O inferno são os outros ou vizinhos

vizinhos texto

Quase todo domingo é a mesma história. Parafraseando Tom Zé: “Bate funk, bate folk AH PUTA QUE PARIU”.

É impossível dormir, ler ou qualquer outra coisa que dependa da concentração. Claro que pode ser chatisse minha, mas caro leitor, imagine você, uma pessoa que odeia um estilo musical ouvir da hora do almoço até a hora de dormir esse mesmo estilo, sem a opção de desligar. É de tirar do sério. Sei que não sou perfeito e que nem todo mundo curte o mesmo estilo musical que eu e que provavelmente já enchi o saco de outrem com meu som alto, mas posso garantir que nem frequente mais é. Prefiro o conforto dos meus fones de ouvido. Meu som virou uma espécie de arma de retaliação. Som alto no vizinho? Liga metal no último volume. Gritaria na rua? Tome-lhe rock da melhor qualidade. Tudo bem que ultimamente o som tem servido também como vitamina antipreguiça para tarefas domésticas, mas isso é outro assunto.

Outro maravilhoso vizinho que eu possuo, pela quantidade de obras que ele já fez em seu apartamento, daria para construir cinco prédios dentro do apartamento dele. Tudo bem que eu trabalho de madrugada e o estranho e diferente sou eu, mas começar a martelada às sete da manhã é para derrubar a paciência de qualquer um. Sem contar que o mesmo vizinho deve ser sapateador, pois a qualquer hora do dia, ou da noite, podemos nos deliciar com um espetáculo de sapateado e inclusive acho que a peça é da disney, porque o cãozinho participa também.

Não menos importante, vale ressaltar os vizinhos que você não precisa investigar para saber da vida deles, pois fazem questão que todos saibam das mazelas que permeiam seus relacionamento através de sons que desafiam a escala musical e dos decibéis, brindando seus ouvidos no conforto do seu lar com seus problemas conjugais e/ou familiares. Teve um dia que estava tão ruim, e o casal harmonioso teve a grande ideia de discutir no corredor do andar e como qualquer som é amplificado por lá, que parecia que eles estavam brigando no meu sofá. Sem dúvida alguma, liguei meu belo videogame e abri o jogo Counter Strike e fiquei o tempo da discussão matando meus inimigos no último volume.

Acho que entendo por que algumas famílias se matavam antigamente.

Não me entendam mal. Posso não ser o melhor vizinho do mundo, mas tento melhorar como ser humano.

Eu acho que vizinhos bons existam. Mas são como a China. Eu sei que existe, já vi fotos mas nunca conheci de fato.

Até amanhã.