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Os russos estão invadindo!

FESTA DURO
FESTA DURO!!!

Assim como diz o grande filósofo comunista bolivarianista e bolchevique Zamiliano, 2016 não será nada menos do que show, bro.

E no pique de felicidade e lista de resoluções de ano novo, decidi investir nos estudos da língua russa. Sim, товарищ, a língua de Tolstói, Dostoiévski, Tchekhov, Zangief e o superpresidente Putin.

Não sou de acreditar em destino, mas ultimamente tudo tem conspirado a favor do aprendizado desta linda língua. Estou completamente apaixonado pela literatura russa, assisti ano passado a uma palestra maravilhosa sobre escritores russos e a professora fala russo fluentemente, o personagem Oliver Queen, da série Arrow, fala russo frequentemente, um filme que assisti esses dias e gostei muito, John Wick, o cara bonzão era da máfia russa e ontem eu li uma pixação numa parede a caminho do trabalho que falava: “RUSSOS, DOSTOIÉVSK”. É muita coincidência para deixar de lado.

Pesquisar sobre línguas e alfabetos é um passatempo antigo que tenho, antes mesmo de cursar letras, e frequento as várias páginas da wikipédia para ter uma ideia deles. Me espanta o fato de tudo ser bem organizado e a probabilidade de ser um daqueles artigos zoados é bem baixa.

Além de ser uma ótima distração, esse hobby contribui para uma meta que tenho seguido a passos lentos e que pretendo acelerar a partir desse ano: aprender línguas novas. Minhas atuais obsessões, em ordem quase aleatória, se resumem em aprender as seguintes línguas: francês, italiano, alemão, sueco, coreano, russo e espanhol. Isso sem contar o esperanto que tenho negligenciado demais e pretendo retomar junto com o russo. O alemão também é outra língua que tenho enorme interesse em aprender o quanto antes. Talvez por terem tantos fonemas organizados de forma tão diferente da nossa língua é que me fascina.

Uma das maiores dificuldades que enfrentarei, será com o alfabeto cirílico. Como estou mais do que viciado no românico (este que você está lendo agora), me adequar a um novo sistema linguístico tende a causar um pouco de apreensão. Pensando pelo lado positivo, poderia ser o alfabeto georgiano ou mesmo algum dos ideogramas ocidentais. Já não estou tão nervoso assim.

Como todas essas incursões que faço nessas línguas, serei autodidata. Ou tentarei ser. Além de não ser tão fácil encontrar curso de uma língua não tão “comum”, caso encontre, deve custar um rim. O tempo de estudo variará de acordo com a força de vontade, mas levando em consideração que gastei três semanas para pronunciar fünfundzwanzig e só consegui após uma grande ajuda de minha preciosa companheira para a vida toda.

A alternativa mais viável é procurar cursos online. Além dos sites há também alguns aplicativos para smartphones. Geralmente os gratuitos são do tipo freemium, ou seja, até certa parte é gratuito, mas alguns módulos e/ou ferramentas só podem ser acessados após compra no próprio app.

Mi povas nur diri ke mi estas tre ekscitita lerni tiujn lingvojn kaj legi miaj preferataj libroj en sia denaska lingvo. Até porque se não for um bom tradutor, muita coisa se perde na adequação linguística. Principalmente se for uma tradução da tradução, coisa que acontecia com os autores russos, que tinham suas obras traduzidas a partir de traduções francesas ou inglesas.

Reconheço os vários benefícios em aprender uma nova língua, mas o que não consigo aceitar é o imperialismo linguístico. O fim dessa dominação é amplamente defendida pelos esperantistas (pessoas que falam esperanto), pois se você for aprender uma língua nova, que seja por amor, curiosidade ou vontade e não por conta de uma imposição que permeia o senso comum onde você não terá sucesso na vida, ou a melhorará quando aprender inglês (que é a língua “mundial” do momento).

Apesar do longo caminho pela frente, sei que será divertido aprender uma língua tão peculiar e consonantal. Agora finalmente poderei ler o rótulo daquelas vodkas vagabundas, tovarishch!