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Michel contra o papel #01 – Trinta

Esse era um projeto que eu queria ter iniciado ao dia primeiro deste mês, porém a vida aconteceu e só comecei hoje.

Este também é um bom dia para começar a brincadeira que consiste em um post por dia, até o dia dezenove de setembro, sobre meu dia a dia, coisas que me chamaram a atenção ou qualquer outra coisa, mas compartilhar uma pequena parcela do que permeia minha mente durante as vinte e quatro horas em que ela funciona (meio mal, mas dá pro gasto).

Hoje, caso não saibam, é meu aniversário. E penso que cada vez mais essa data se torna um dia comum. Não que eu esteja desacreditado da vida ou que ela tenha perdido seu encanto. Sinto que estou me tornando uma pessoa comum, com preocupações comuns e obrigações e deveres comuns, aquela sensação de que o dia foi feito só para você e o dia mais egocêntrico do ano era o melhor de todos, já se foi. Para vocês terem uma ideia, o dia em que eu dormi pela primeira vez na minha cama nova, foi mais feliz e especial. O dia em que minha sogra saiu do hospital, foi bem mais feliz. O dia que ganhei da minha sobrinha um beijo gostoso antes de ir embora pro Rio, foi muito feliz. Ficaria até amanhã descrevendo dias mais felizes e afortunados do que esse. Essa obrigação de ser o melhor dia do ano, eu deixo para o natal, pois todos têm uma desculpa para ver os parentes sumidos, amigos distantes e etc.

Nesses trinta anos de existência alguma coisa acaba entrando na cabeça, seja juízo ou uma bala, mas a memória (a minha é de 512MB) que é o bem mais precioso que já adquiri, é a coisa que guardo com mais zelo. O meu melhor presente hoje por exemplo, foi ver o sorriso dela e o abraço, a lembrança dos companheiros de trabalho, cada e-mail que chegava com recados no facebook, orkut e twitter. A lembrança foi meu melhor presente. Há muito deixei de almejar em primeiro lugar as coisas materiais, até porque nada dura para sempre, nem o para sempre. Acabo me lembrando da “obrigação” dos presentes que se tem costume nessas datas. O engraçado é que mesmo quando você não compra nada especial, você diz que comprou uma “lembrancinha”, ora pois! O fato de você ter pensado em mim com carinho e ter mencionado isso, é o que mais me deixa feliz.

Portanto eu decreto neste dia: Me deem presentes. Se lembrem de mim.

Bom dia.