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Scott Pilgrim contra o Mundo

Quem tem lido meus últimos tweets tem percebido que eu estou com a sensação de estar na contramão da vida. E essa sensação bate mais forte sempre depois que compro uma hq (o que eu venho chamando, ultimamente de gibi. Será idade precoce batendo aí?)

É como se fosse uma especie de culpa. Uma culpa que consome, mas você aprende a conviver com ela. Você diria que – a primeira vista – um cara usando all-star, camiseta de filme, headfone e uma hq na mão é um bom partido? Alias, o que torna alguem um bom partido?

Enfim, não é sobre isso que eu quero escrever e sim sobre a minha mais recente aquisição: Scott Pilgrim Contra o Mundo. Criado originalmente em 2004 pela mente complicada de Bryan  Lee O’Malley, Scott Pilgrim é uma mistura de tudo aquilo que me faz pensar que as vezes estou na contramão.

Antes de continuar, uma pausa: eu vou falar unicamente da edição em português lançada recentemente, que corresponde ao volume 1 e 2. Não sei como a história continua e só vou saber com as edições nacionais, ok.

Mas quem é Scott Pilgrim? É um cara de 23 anos e que vive desempregado numa apartamento-praticamente-kitnet com um gay e se dedica a sua banda Sex Bob-omb. Aí, não se sabe bem porque, ele começa um namoro casto com uma chinesa de 17 anos chamada Knives Chau. O namoro começa no melhor estilo filme-comédia-romantica-água-com-açucar. Apesar dos amigos mais próximos terem a impressão de que ele vai aprontar algo, o namoro vai indo assim, com o balanço das ondas, até que…

O que poderia mexer com a cabeça já pertubada de alguem que entrou num namoro casto? Uma mulher, claro.

E assim, em uma festa, Scott Pilgrim conhece Ramona Flowers (que diabos de nome é esse?) e fica mais maluco que o Pica-Pau. Com um papo muito, mas muito furado, o Scott consegue sair com Ramona e, pasmem, começam a namorar. Claro que antes ele terminou com a Knives, só para informar vocês.

Mas, todavia, entretanto, para que ele possa realmente namorar Ramona, ele precisa derrotar os 7 ex-namorados do mal da Ramona. Exatamente isso, derrotar. E a partir daqui eu não falo mais sobre a história.

O que me chamou a atenção sobre essa obra são várias coisas:

– as referências pop não soam forçadas, elas fluem naturalmente;
– o traço é metade mangá, metade desenho ocidental. Me faz lembrar muito essa nova leva de desenhos que tem passado na Cartoon Network;
– você não precisa pensar demais para gostar da obra. Alias, você não precisa pensar, basta ler e se divertir.
– Scott já teve uma banda chamada Sonic & Knucles;
– é preto e branco, o que dá um charme a mais e;
– a tradução para o português ficou realmente muito boa!

Enfim, é uma obra que eu recomendo muito. Até consegui me enxergar no Scott Pilgrim em algumas situações. Como um passado que resolve voltar para o presente…

Agora com vossa licença, vou reler esse gibi e refletir se estou andando na contramão ou no fluxo certo.

{Scott Pilgrim foi lançado no Brasil através da Quadrinhos na Cia, possui 368 páginas e custa R$35,00}