Blablaísmo

Blá blá de qualidade

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Reality Show

O mundo era novamente um bom lugar para morar. Como o fim da carreira musical de Paris Hilton e a derrota de Cicarelli, o mundo parecia viver em paz!

Mas, em uma noite de terça-feira, surge ele: Big Brother Brasil. Como um Godzila invadindo Tóquio, ele adentra nossos lares e modifica a rotina de várias pessoas desse nosso território tupiniquim. De minha parte, não vou assistir. Só assisti o primeiro porque era novidade e mesmo assim não gostei.

Um comentário chauvinista: BBB só serve para mostrar quem serão as próximas peladas da Playboy. Ou quem vai ser a mais arrumada pelo Photoshop. Mas isso é a opinião de um homem. Gostaria de saber a opinião das mulheres que acessam esse blog.

Se é para ter um reality, que tenhamos um reality show bom. Nada de ficar vendo desconhecidos presos numa casa!

Nada de reality show de tiozinho gagá que mal consegue falar e ainda erra nas letras das músicas nos shows (que feio, Mr. Madman) ou de aspirantes a sucesso musical – que por ironia da vida – não fazem sucesso!

Nada de reality show onde casais ficam presos em uma casa para fazer sexo! Ahn, pensando bem, este último podemos reconsiderar…

Reality show interessante seria este:


Os Velosos


Caetano (ao violão): “Ia, ia, ia… gosto muito da… da…”
Entra Moreno Veloso
Caetano: Ô, meu Leãozinho, venha cá me dar um cheiro…
Moreno: Pô, pai, dá um tempo. Fica todo mundo me zoando por causa dessa história de Leãozinho. Eu sou é macho!
Caetano: Oxe, meu São Nizan da Merril Lynch! Onde já se viu baiano macho?!
Moreno: Ah, não enche. Tô caindo fora.
Moreno Sai. Entra Paula Lavigne.
Caetano (ao violão): “Ia, ia, ia… gosto muito da… da…”
Paula: Não acabou essa música ainda, criatura?
Caetano: Não acho a rima, Paulinha. Me ajude, vai. “Ia, ia, ia… gosto muito da… da…?” Alguma idéia?
Paula: Ai, isso é muito complicado. Vou malhar com a Paula Burlamaqui que eu ganho mais.
Caetano: Oxe, meu São Magalhães do Painel Eletrônico! Baiano só faz exercício pra alcançar trio elétrico, criatura!
Paula Lavigne sai. Entra Gil.
Caetano (ao violão): “Ia, ia, ia… gosto muito da… da…”
Gil: Axé, meu rei! Salve criatura divina e maravilhosa!
Caetano: Maravilhosa é tu!
Gil: Não, é tu!
Caetano: É tu!
Gil: É tu mais Bethânia!
Caetano: É tu mais Gal!
Gil: É tu mais Djavan mais Brown mais Caô mais Canô mais Gozô mais Gegê mais Nenê mais Geni mais Nego mais Dinda mais Dorival Caymmi.
Caetano: É tu mais João Gilberto!
Gil: João é tudo! João é mais!
Caetano: Gil, criatura iluminada, me ajude aqui nessa rima. “Ia, ia, ia… gosto muito da… da…?”
Gil:“…da complexitude de saber que Pablo Picasso inventou o cubismo em homenagem à minha tiaaaaaaaa…”?
Caetano: Humm… É genial como tudo o que tu faz, mas tá faltando engajamento. Que tu acha de “ia, ia, ia, eu gosto muito da percepção que a distribuição de renda na América Católica é desigualmente desigual quando eu vou à padariiiiiaaaaa…”?
Gil: Hummm… è fenomenal, mas tá faltando suingue, meu rei. Que tal “Ia, ia, ia, goso muito da análise da civilização ocidental que o antropólogo Claude Lévi-Strauss fez na aula de Antropologiiiiiaaaa…”?
Caetano: Humm… É líndio demais, mas tá faltando baianitude. Que tal “Ia, ia, ia, gosto muito de Gal, Bethânia, Baby, Pepeu, Brown, Timbalada, Daniela Mercury e o Olodum na maravilhosa praia de Itapuã naquele dia em que choviiiiiaaaa…”?
Gil: Hummm… É sensacional, mas ainda é preciso certa simplicitude de formulamento a nível de encadeamento ritmado axezístico. Que tal “Ia, ia, ia, gosto muito da Bahiiiiiaaaa”?
Caetano: Vixe, Gil, é demais! Mais que demais, uma rima linda assim! Simples, axezento e genial. Oxe que Chico Buarque vai morrer de inveja! Tu é demais, preta!
Gil: Que nada, tu é que é divino e maravilhoso!
Caetano: Não, é tu!
Gil: Não, é tu!
Caetano: É tu!
Gil: É tu mais Bethânia!
Caetano: É tu mais Gal!

Agradeço a Aran, por ter tido essa idéia genial para um reality show!