A volta dos que não foram

Olá! Alguém ainda lê blog em 2025?
Acho que sim, mesmo que sejam meus fiéis seis leitores, que coincidentemente fazem parte dessa equipe.
Voltar a escrever acabou por ser um movimento natural, pois um dos exercícios propostos em terapia consistia em escrever em um caderno minhas memórias do dia. Quase um diário. Claro que não escrevo todos os dias nele, mas sempre tento me relembrar de tudo o que aconteceu ao longo do espaço de tempo sem escrever. Focando nos sentimentos, reflexões, escolha de palavras e também algumas palavras que surgem “sozinhas”.
Escrever aqui não é terapia, mas pode ser tão terapêutico quanto meu caderninho que nem eu leio. Só escrevo. Ponho para fora tudo o que possa me angustiar com a segurança de que depois de sair da minha cabeça e habitar o papel, já não está mais tão perto. E de longe conseguimos analisar melhor aquilo que no calor do momento seria impossível pela vista nublada dos sentimentos revirados.
Mas toda vez que eu procuro uma saída, acabo entrando sem querer nesse blog e meu coração se aquece um pouco. Nunca esqueci dele. Dos amigos que fiz aqui, tampouco. Inclusive falo mais com eles do que escrevo aqui. Esses anos todos eu pensei que minhas palavras, minha escrita, minhas ideias eram insuficientes e não mereciam estar aqui à mercê da leitura de todos. Ledo engano. Ninguém lê isso aqui. E mesmo que lessem, ainda assim, somente uma pessoa estaria tentada a comentar e mesmo assim esqueceria soterrada nas tarefas e correria do dia a dia. E está tudo bem. Eu demorei muito para aceitar que eu escrevo com exclusividade para apenas um leitor. O meu leitor ideal. Não é nem para mim, mas para essa pessoa que habita somente nos meus pensamentos. Quase um Tu Lírico.
Prestes a fazer dezenove anos que escrevo em blogs (a maioria deles em hiato, mas é um mero detalhe), o meu eu, daquele natal com tanta raiva de estar trabalhando durante a virada, aquele modo de extravasar toda aquela frustração, me proporcionou uma virada na vida que só hoje do alto dos meus quarenta e tantos sou capaz de perceber.
Por isso não posso mais ficar parado, e por esse motivo, meus amigos, estou de volta!