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Aquaman trouxe novas águas para a DC

Não podemos negar que a DC estava com um problema em mãos. Teve o horrível Batman v Superman e a tentativa de arrumar tudo com o Liga da Justiça.

Já no filme da Liga deu para perceber que a mudança de diretor já foi uma tentativa de deixar menos ruim o que seria um desastre completo. Saiu Zack Snyder e entrou o Joss Whedon. Eu acredito que o que torna o filme da Liga tolerável foi essa mudança. Mas isso não foi o suficiente para salvar o filme.

Até que as esperanças caíram no filme da Mulher Maravilha. Com direção de Patty Jenkins, foi um sopro de esperança para os filmes da DC. Porque ali aconteceram duas situações que se confirmaram como certa com o filme do Aquaman.

A primeira situação que deu certo é deixar o filme ter uma história contida em si, sem necessidade de fazer uma conexão forte com os outros filmes. Aquaman se passa após os eventos do filme da Liga, mas você só sabe disso porque uma personagem cita isso. E é tudo que se precisa saber.

A história do filme é bem simples: Arthur Curry (Aquaman – Jason Momoa) é procurado pela Mera (Amber Heard), porque seu meio irmão Orm (Patrick Wilson) pretende se tornar Mestre dos Oceanos e declarar guerra a superfície. Cabe então ao Arthur conquistar o trono de Atlantis e evitar que todo mundo vire comida de peixe.

Como o personagem já foi estabelecido, não tinha necessidade de fazer um filme de origem. Alias, a origem do personagem foi muito bem contada, de forma intercalada com a trama. Trama, alias, bem contada e ainda com pontas abertas para um segundo filme.

A segunda situação que deu certo foi tirar o Zack Snyder da direção do filme. Ele aparece apenas como produtor executivo (basicamente é o cara que consegue o dinheiro e organiza o cronograma). Com roteiro de Will Beall, David Leslie Johnson e direção de James Wan, deu para perceber que escolheram pessoas que estudaram o personagem e viram que existe um material bem rico, ainda mais no caso do Aquaman, que sempre foi relegado ao segundo escalão dos personagens da DC.

Como Aquaman sempre foi motivo de piada, James Wan soube abraçar essa ideia e colocou muitas cores, neon e piadas ruins, mas sem ofender a inteligência do espectador. Isso é abraçado e colocado de uma forma que você se diverte e compra a ideia. Sério, até uma cena do Aquaman cavalgando um cavalo marinho se torna divertida por causa disso. E não posso deixar de falar que provavelmente é o filme da DC com as melhores cenas de ação.

Mas claro que nem tudo são flores, e o filme dá suas escorregadas. A primeira é a interação entre o Aquaman e a Mera. É um par romântico? Sim. Mas você consegue comprar essa ideia? Olha… faltou algo ali. Umas aulinhas a mais de interpretação, talvez.

A segunda é inserir uma trama secundária. Ao mesmo tempo que temos toda a questão com Atlântida, o filme nos mostra a origem do vilão Arraia Negra. Para quem lê os quadrinhos, sabe que o grande inimigo do Aquaman é o Arraia Negra. Provavelmente será explorado melhor em um próximo filme, mas a impressão que deu é “como assim um filme do Aquaman sem o Arraia Negra?”. Alias, quero deixar aqui um parabéns para o Yayha Abdul Mateen II (ator que vive o Arraia Negra). Mandou bem demais nesse filme!

O caminho iniciado por Mulher Maravilha e agora continuado por Aquaman mostram qual tem que ser a direção dos filmes da DC, nos próximos anos. Leves, coloridos, heroicos. Aquaman vale a ida ao cinema, vai te fazer rir da breguice abraçada e muito bem utilizada.