Sobre a décima temporada de Doctor Who
Antes de começar, quero deixar claro que vou tentar o máximo possível não dar qualquer tipo de spoiler sobre o episódio final da temporada. Mas talvez escape uma ou outra informação que revele partes importantes.
Doctor Who é uma série que, desde a retomada, em 2005, apresenta o seguinte padrão: três temporadas para cada novo Doutor. Foi assim com o David Tennant, com o Matt Smith e agora com o Peter Capaldi. A única exceção foi o Christopher Eccleston, que quis ficar apenas uma temporada.
Introdução, desenvolvimento e conclusão. É assim que podemos definir o tempo de cada Doutor. Uma temporada para introduzir, uma temporada para desenvolver e uma temporada para concluir. E, ao contrário do que acontece em muitas séries, a conclusão acontece quando o ator está no seu máximo de interpretação do personagem, deixando os fãs tristes com a sua saída e ao mesmo tempo esperançosos para reviver as mesmas emoções.
Quando o Capaldi disse que essa décima temporada seria a sua última, os fãs ficaram tristes. E com razão, afinal, essa temporada nos apresentou o Capaldi com atuações excelentes e acompanhado da talentosa Pearl Mackie (Bill Potts) e Matt Lucas (Nardole). Enquanto que a Clara (Jenna Coleman) foi uma companheira que gerou tantos elogios quanto criticas por partes dos fãs, a Bill é a companheira que os fãs querem mais. Não há reclamações sobre a personagem. O mesmo para vale para o Nardole. Ele basicamente é o personagem mais pé no chão, mais centrado. Eu quero mais Bill Potts, mais Nardole.
O último episódio, que na verdade foi dividido em duas partes, deu conclusão também para uma personagem da Missy, que é a regeneração atual do Master. Alias, essa conclusão foi irônica e poética, algo que o personagem reconhece. Podemos dizer que outra um tanto de redenção na personagem, comprovando uma teoria do Doutor. Particularmente, eu torcia para que a Missy continuasse na série, mas deu para perceber que o Steve Moffat fez a mesma coisa que o Russel T. Davies: fechou o arco de seus personagens, deixando Chris Chibnall livre para criar novos personagens.
Por fim, Capaldi resolveu homenagear tanto o Tennant quanto o Smith no seu discurso antes da regeneração. Ou melhor, sua quase regeneração, porque isso foi deixado para o especial de Natal. Esse especial tem tudo para ser uma e bela homenagem a série, fazendo o 12º Doutor se encontrar com o 1º Doutor. Obviamente quem interpreta o 1º Doutor não é o William Hartnell, já que ele já faleceu a alguns anos. O personagem será interpretado por David Braley (que ficou muito parecido!).
Enfim, agora é esperar até o final do ano e ver como tudo isso vai terminar e quem será o novo Doutor. A BBC costuma revelar antes, mas espero que eles dessa vez eles guardem esse segredo.