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[MCP4] Paraíso doméstico

Cada fase da vida tem suas vantagens e dissabores. Porém por alguma graça da natureza, a fase adulta tem uma quantidade enorme de desvantagens. Por isso você, caro adolescente que me lê, aproveite bem a fase atual que daqui para frente só piora. Mas respire que só 85% do tempo é assim e os prós valem a pena.

Agradeço imensamente à minha mamãe por ter me ensinado desde cedo a realizar os afazeres domésticos e a primordial arte de cozinhar para não morrer de fome. Apesar de muitos homens ainda não terem percebido, estamos no século XXI e cozinhar não é tarefa feminina. Nenhuma tarefa é feminina ou masculina. A simples equação Ação + Necessidade = Tarefa realizada é o suficiente para que se perceba a imprescindibilidade de executá-la. Mas é consenso entre gêneros que tarefas domésticas são pura chatice. Claro que excluímos aqui as pessoas que evoluíram para o próximo estágio da humanidade e acham as tarefas domésticas divertidas ou simplesmente ok. Pessoas abençoadas.

A tarefa mais tediosa, mais chata e por que não, triste é arrumar a cama. Claro que deitar numa cama esticadinha, com roupa de cama, fronhas e cobertores é muito bom, mas ter de colocar ou arrumar é um pé no saco. Estender roupas também é um suplício. Principalmente no calor absurdo que faz no Rio de Janeiro. Esse calor medonho transforma qualquer tarefa ruim em absurdamente torturante.

Uma grande saída para o tédio imenso de fazer as tarefas domésticas é ouvir podcasts ou música. Toda e qualquer tarefa perde seu potencial morrediço e se torna algo humanamente possível de se fazer. 

Mas não há jeito, se não fizer, a comida não aparece magicamente na panela como eu supunha aos 6 anos e comprar roupas novas quando as que estão no uso ficam imundas já saiu de moda desde o século XVIII. Dessa forma, sigo reclamando, mas fazendo. Saudades da época em que mamãe fazia tudo e a única preocupação que tinha era brincar e passar de ano!

Até amanhã.