[MCP4] Evolução gamer
Quando somos pequenos, nossa visão de mundo é muito limitada e fantasiosa. Sob esse prisma toda e qualquer pessoa que possuía um videogame, independente da marca ou modelo, era rica.
No prédio onde morei, tive muitos amigos ricos. Alguns primos eram ricos. Dos anos 1980 até metade dos 90 gastar dinheiro com supérfluo era algo que acontecia só se o dinheiro não estivesse faltando para subsistência e algum lazer. Nem todos podiam se dar a esse luxo.
Mas apesar de tudo, ainda vivi para ver o auge dos fliperamas e, um fenômeno impensável hoje em dia, os fliperamas de boteco. Mas até que era uma boa ideia para aqueles pais que não podiam, ou não conseguiam, ir ao bar por causa dos filhos, agora os levavam e largavam com umas fichas na mão e tomavam seus goró numa paz.
Foi num desses que conheci o chamado “Street Fighter de rodoviária”, aquele em que se podia soltar dois hadoukens de uma vez e o Zangief soltava a chama do hyoga flame pelos pés. Cansei de perder tempo e dinheiro nesses lugares, mas também ali se forjavam amizades no calor da batalha, seja de futebol, seja de luta ou beat ‘em up.
Aqui vão algumas pérolas dessa época tão dourada quanto amarelada pelo tempo.
Capitain Commando
Sunset Riders
Cadillac and Dinossaurs
King of Fighters 94
E claro, Street Fighter de Rodoviária
Tenho boas e más lembranças dessa época, mas as positivas sobrepõem as más. Talvez por não ser mais tão social os jogos tenham mudado tanto, apesar da tentativa de socializar através de um multiplayer, nada se compara com aquele contra onde você abria uma bolha na mão e seu concorrente saía xingando e querendo uma revanche. Os jogos evoluem conforme a sociedade e os jogadores também evoluem. Se isso é bom ou ruim, nunca saberemos.
Até amanhã.