Blablaísmo

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[MCP3] O mar e eu

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Levando a barba para dar um rolê.

Eu sempre tive uma relação saudável com a praia. Eu aqui em casa e ela no seu devido lugar.

Nunca fui muito fã de praia, mas quando pequeno adorava. Principalmente porque praia era sinônimo de água e ondas. Na adolescência evitei ao máximo ir. Motivos: demora da condução para chegar, calor infernal dentro da condução, tudo caro na praia, cheio de areia, água salgada, sol digno da canção de Cássia Eller e outras muitas coisas que tendem a dar errado em um programa de índio.

Entretanto, há dias em que dá aquela vontade louca de ir à praia e é inevitável aceitar um convite para ir a este glorioso canal onde não importa se você é rico ou pobre, etnia, religião ou time, você vai sentir calor e talvez se molhe. E convenhamos que ir para a praia e não entrar na água é como ir a um rodízio de carnes e comer alface.

Retornando a minha tenra juventude, era interessante notar que depois de um dia inteiro no mar, meu corpo ainda sentia as ondas. Outra coisa legal era descascar, ficar horas tirando pele morta era um passatempo numa infância onde sua mãe tinha um senso de controle de televisão muito grande e antes disso era estranho sentir a pele emanando calor que ficou acumulando durante a folia na areia. Tirando um episódio no qual quase parti para este mundo e virei comida de peixes, tenho ótimas lembranças da praia. Eu postaria fotos antigas se não tivesse medo de processo por parte dos parentes.

Uma coisa que venho notando, com uma certa alegria, nas praias é o retorno da “farofa”. Sim, a boa e velha arte de levar os comes e bebes de sua linda e cheirosa casinha está virando tendência, pelo menos em alguns lugares do Rio de Janeiro, devido aos altos preços praticados pelo comércio local e ambulantes. Sem contar que poder atestar a procedência do que se come é bem mais seguro do que se arriscar a comer algo feito na praia (ou para vender nela).

Sempre ouvimos que o sol entre 10h e 16h é prejudicial, e justamente por isso que eu comumente ia bem cedo para voltar quase meio dia. Hoje descobri que o melhor horário do mundo, para mim é justamente após às 16h. A praia não está tão cheia e o trânsito nem é tão ruim assim (só a volta para casa fica um pouco tenso) e com o bendito horário de verão, os dias estão mais longos. Um horário propício para economizar a luz pelo uso do ar condicionado.

Posso dizer que hoje minha rabugice juvenil passou e não tenho tantas coisas contra a praia, só o fato de morar longe dela. Mas ainda prefiro um fim de semana num sítio com gramado piscina e chuveirão a ter de voltar para casa com areia até na alma.

Até amanhã.