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Playboy e o fim das fotos de mulheres nuas

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Ontem a noite li no The New York Times que o editor da Playboy, Cory Jones, sugeriu ao Hugh Hefner (criador da revista) que a Playboy pare de publicar fotos de mulheres nuas. E o Hefner, que por incrível que pareça, concordou com a ideia.

Ainda de acordo com a reportagem, a Playboy tinha, em 1975, tiragem de 5,6 milhões de cópias. Atualmente conta com apenas 800 mil. É uma queda e tanto para uma revista que serviu como iniciação sexual de muitos garotos e garotas nesse mundo. Quem tem mais de 30 anos sabe como era emocionante ver uma atriz ou cantora famosa estampada na capa da revista.

Mas o que aconteceu para a tiragem da revista cair tanto e eles resolverem tirar a sua principal característica? Simples: aconteceu a Internet. É muito fácil encontrar nudez e sexo nessa rede, basta ir em qualquer buscador. Não importa o que você goste, há uma versão pornográfica dela na internet (é a regra 34).

Se há tantas opções, porque procurar uma revista? Ok, a Playboy tem ensaios bonitos e mulheres realmente lindas, mas quantas reportagens mostram a quantidade de photoshop que esses ensaios levam, tornando as mulheres quase artificiais. E procure quantos ensaios sem retoques, apenas luzes e o talento do fotógrafo, existem na internet. Não é dificil perceber que o segundo é muito mais bonito e excitante.

Além disso, quantos nudes são trocados na internet? Ou quantas fotos nuas vazaram? Pode ser alguém que estuda na mesma escola, ou mesmo trabalho ou frequenta os mesmos lugares que você. Com tantas nudez por aí e com acessoa poucos cliques do mouse, qual a necessidade de uma Playboy?

De acordo com a reportagem, a revista vai se focar mais nas entrevistas, nas reportagens investigativas, em artigos de de opiniões e outros itens do mundo do entretenimento. Ainda vai ter ensaios, mas agora sem nudez, algo mais intimista.

Isso me fez lembrar de uma conversa que tive, alguns anos atrás, com o meu amigo Fábio Barreto. Ele disse que as revistas devem se focar em artigos com mais profundidade e analises melhores, coisa que é difícil de acontecer na internet, devido a grande quantidade de coisas que chamam mais a atenção (links, imagens, videos, redes sociais…).

Vejo cada vez mais revistas diminuindo suas tiragens ou mesmo cancelando sua versão impressa e ficando apenas digital. Não sou especialista, mas ao meu ver, só vai sobreviver fisicamente as revistas que conseguirem trazer o que não é tão fácil de conseguir na internet.

ps.: Não há sinais de que a Playboy brasileira siga o mesmo caminho, mas talvez seja só uma questão de tempo.