Folivora
Ao que parece o ano de fato começa após o carnaval. Começa a andar devidamente. Ou correr.
Acredito que já passei por tantos recomeços que já não consigo me lembrar claramente de quando comecei a criar este hábito. Talvez porque nós encontremos tantas escolhas que acabamos nos tornando escolhas e elas, por sua vez, nos modifiquem, nos adaptem. Essa capacidade humana de se recriar, remodelar, recomeçar, apesar das adversidade é um dos fatores que me fazem ainda ter fé em nós como espécie.
Como muitos puderam perceber, já não escrevo nada por aqui há um bom tempo. Não sei se uma coisa levou a outra ou se já vieram em um pacote completo, mas por vários motivos fiquei ausente do blog. Nesse tempo ausente a única coisa que posso afirmar que foi prolífica, foi a reflexão que fiz sobre muitas coisas, inclusive sobre este blog. Eu continuo o mesmo, acredito, mas só na essência, pois os anos, amigos e situações que (sobre)vivi me fizeram mais atualizações do que o iOS e o Android juntos. Mas em relação a este espaço, refleti que meu amor por este pedacinho cibernético é muito grande, maior até do que minha preguiça habitual de ligar o computador. Chegamos em outro ponto. Tudo bem, eu amo o blog, mas o que vou escrever? E o pior, o que escrevo é bom? Acho que a resposta mais plausível seria talvez. Talvez porque até meus textos no finado Coçando na Rede eu acho um pouco bobos e/ou chatos, e outros gosto muito. Eu fui aquela pessoa, mas muitas das certezas que eu tinha na época, foram trocadas por outras, se evoluí, não sei, mas não tenho mais vinte e poucos anos e creio que se ficar pensando muito no que escrevo ser bom ou ruim, cairei novamente no ciclo de não postagens e desse samsara não quero mais fazer parte.
Postagens. Isso me lembra outro motivo pelo qual minhas postagens foram secando mais do que o cantareira: comentários. Teve uma época que meus escritos eram regidos pelos comentários. E realmente antigamente tínhamos muito mais comentários, hoje eu penso que talvez tivéssemos tanta interação, justamente por interagirmos com outros blogs, além do grande boom que eles tiveram na década passada. Eles, na maioria das vezes, representavam uma discussão sobre o assunto abordado e uma interação com quem lia, quase uma conversa informal onde eu aprendia muitas coisas e se tem uma coisa no mundo da qual eu goste mais é conversar. Talvez por conta disso que estou escrevendo esse texto, uma conversa comigo mesmo acerca do que fiz e farei com minha participação no blog e de quebra, compartilho com vocês, independente de comentários, já que finalmente após muita análise (mentira) eu superei essa dependência, para que possamos conversar, mesmo que unilateralmente de alguma forma.
Então dessa forma me reapresento a vocês e espero que dessa vez eu consiga escrever mais e melhor, principalmente agora, que tanto tenho para escrever. Sem contar que escrever é mais esforço do que inspiração e a prática facilita que a inspiração seja melhor aproveitada. Também espero não decepcionar mais o Wag, a Bel (meu amigo e minha mulher, não necessariamente nessa ordem) e a mim mesmo, até porque estamos caminhando para os dez anos de blog e não queria que fosse uma comemoração somente nostálgica, então, pessoal, me esforçarei mais do que nunca e mãos à obra!
Obs: Wag, acho que já está na hora de atualizar o sobre do blog.
E que o próximo post não seja sobre voltar a postar.
Sobre o “começo” do ano: volta, Carnaval. Quero trânsito livre de volta.