Os Livros da Magia – Livro I
Há pouco tempo comecei a me dedicar à leitura de história em quadrinhos. Me lembro de sempre estar com um gibi da Turma da Mônica nas mãos quando era criança, porém com o tempo fui me inclinando mais para livros e deixando essa outra arte de lado.
Com a vontade revivida, aproveitei para adquirir Watchmen e Laços da Turma da Mônica, duas obras sensacionais (ainda escreverei sobre a simples beleza de Laços). Partindo dessas duas histórias, fui procurando mais revistas para adquirir, e me deparei com Os Livros da Magia, uma história de Neil Gaiman, que foi dividida em 4 partes. Aqui falarei da primeira parte, que foi a que li até o momento.
Os Livros da Magia conta a história de Timothy Hunter – ou Tim, para os mais íntimos -, um garoto comum de 13 anos que anda pra cima e pra baixo com seu skate e seu ioiô. Tim acaba por descobrir que tem certos poderes, os quais lhe caracterizam como um mago, porém não um mago comum, mas um dos humanos com um potencial para se tornar um dos maiores do mundo. Neste ínterim, quatro poderosos magos são enviados para treinar o pequeno Tim, para assim ele escolher o caminho correto da magia e fazer o bem.
A primeira reação ao ver a capa da revista (e até mesmo uma parte da sinopse) é comparar Timothy ao famoso Harry Potter. Os dois são jovens e ingleses, que não têm ideia de que são magos, além da aparência física: Magricelas, usam óculos e têm uma coruja. Porém nas primeiras páginas as impressões desaparecem. As histórias são totalmente diferentes e o “peso” d’Os Livros da Magia é bem maior, sendo uma história mais complexa e sombria.
Em relação à história, essa primeira parte eu achei bem fraca. Tudo se baseia em um dos quatro magos levar Tim para uma viagem temporal, onde lhe é apresentado várias eras do mundo e a ligação da magia com a época em questão.
Achei muitas partes descartáveis, dando a impressão que o autor estava extremamente preocupado em colocar frases de efeito para dar um ar épico à história, e esquecendo de contá-la.
O interessante é a ligação que é feita com lugares e personagens famosos – os quais não citarei aqui para não estragar a leitura -, mas mesmo assim não me convenceu como introdução. Faltaram algumas coisas, como a explicação de quem são realmente os quatro magos, quem são os inimigos citados nas primeiras páginas e porque o garoto é tão poderoso.

É certo que essas respostas serão dadas nas próximas partes da história, mas para introdução poderia ter mais profundidade.
Quanto ao desenho, particularmente não achei legal. Ele tem uma levada mais realista, como se fosse uma pintura a óleo, tanto que em alguns momentos, quando o desenho é em preto e branco, ele fica idêntico a uma foto.

Volto a dizer que comecei a ler quadrinhos há pouco tempo e tenho praticamente nenhum conhecimento acerca do assunto, principalmente se tratando do desenho, mas pelo que conheci até agora, já posso dizer que prefiro traços mais para o lado do desenho em si, não imitando pintura.
Vale lembrar aqui que a história é do Neil Gaiman, mas os desenhos têm 4 donos diferentes. Na primeira parte, a arte é de John Bolton, no segundo, quem desenha é Scott Hampton, no terceiro, Charles Vess e no quarto, Paul Johnson. Então veremos como me sinto em relação ao desenho dos outros artistas.
Espero voltar com palavras mais positivas em relação à segunda parte, pois me pareceu uma história com grande potencial, porém com pouco aproveitamento.