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Michel contra o papel #09 – Dois pesos e duas medidas

Desde que eu me entendo por gente, eu percebo que na vida tudo depende. Depende de alguma coisa concreta ou abstrata, mas NUNCA as coisas, regras, deveres, regalias, são iguais para todos.

Um exemplo prático: Você grita com seu filho e é normal, alguém grita com seu filho e já é agressão.

Sempre tem alguém que quer proteger os seus, e faz vista grossa para os outros e a sensação de mais profundo ódio, brota no coração do ser humano.

Em todos os meus empregos, esse tipo de coisa acontece. E não tem lugar mais cruel para isso acontecer, pois se você é uma pessoa de boa índole, apesar de um deslize (as vezes a infração nem é tão grave), você é advertido e até coagido em frente aos colegas, enquanto outros deitam e rolam e ninguém diz nada e nem por isso sai caçando as bruxas e denunciando a torto a direito. Dessa forma você só conquista inimizade e o clima no trabalho não fica dos melhores. O mais legal ainda, pra deixar você peidando de raiva, é ver quem hierarquicamente acima de você e que acabou de te dar um esporro por alguma coisa, poucos minutos após, está fazendo a mesma coisa. Quem vigia os vigias? É como dizem, manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Em casa esse tipo de coisa é mais corriqueiro ainda, quando há a preferência dos pais e mães por um filho ou outro. Um filho sempre é massacrado pela presença e atitudes do outro. Por.mais que o preferido faça besteiras, a culpa é sempre do outro, o preferido sempre estará certo e só a opinião dele conta.

Nunca fui fã desse tipo de conduta, que beira a hipocrisia. Porém temos de adaptar a este meio ou enlouquecemos. Pelo menos até criarem a colônia humana em marte. Até lá, boa sorte nesse mundo com universos paralelos.