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As eleições

Semana que vem é época de decidir quem vai ditar os rumos deste País. Teoricamente, pelo menos.

Mas, daqui a uns anos, vamos lembrar destas eleições como a que menos se discutiu as propostas de governo dos candidatos. Caro leitor e leitora, de bate-pronto, você sabe a proposta de governo de algum candidato?

Aposto que a resposta foi não. E você precisa de um tempo para lembrar. Um tempo e o Google, claro. As eleições brasileiras são assim mesmo, não se discute proposta de governo e sim os candidatos. Ou melhor, o que cada candidato fez da vida: se foi guerrilheiro, se é manco, se sabe lavar, passar, cozinhar, se sabe soltar pipa, se sabe assoviar e chupar cana, se é feio, se é bonito…

As picuinhas que vemos são ataques diretos as pessoas, não aos planos de governo. O único momento em que vemos que isso é discuto são durante os debates e mesmo assim discutidos de modo porco. É como se tudo fosse um grande carnaval, aí você pergunta para a pessoa: “Qual o seu nome?” e ela responde: “Minas Gerais!”. Claro que há um pessoal que sabe as propostas, mas são poucos em relação ao restante.

E nesta eleições tivemos a prova máxima que o sistema eleitoral brasileiro está com sérios problemas. Tiririca, o candidato que incomodou muita gente. Pela primeira vez vejo um candidato que publicamente assume que não sabe nada, mas se for eleito, ele descobre e CONTA PARA NÓS! Ele vai nos contar o que diabos um deputado federal faz. Votar no Tiririca não é voto de protesto, é atestado de que você sabe tanto quanto ele, o que beira próximo ao nada.

E também tivemos um jornal declarando publicamente que apoia determinado candidato. Ok, eles sempre fizeram isso, mas assumir desse modo é a primeira vez que vejo, desde que comecei a me interessar por política. Como confiar nas informações? Cadê a tal imparcialidade da mídia? Vira e mexe eles gostam de declarar que “somos imparciais para com as noticias”. Aham, Claudia, senta lá.

Enfim, este texto sem pé nem cabeça é apenas para dizer que no dia 3 de outubro escolha seus candidatos de modo consciente e – caso eles ganhem – lembre-se de cobrar por tudo que prometeram. Politico tem memória curta e precisa ser lembrado sempre.