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Blá blá de qualidade

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Top 5 Filmes trash para assistir de galera

Dizem que os nigerianos são hoje os maiores produtores de cinema do mundo, em quantidade. Segundo o Creative Commons, são produzidos cerca de 1200 filmes por ano, contra 900 de Bollywood (Índia) e 600 de Hollywood (EUA) – dados que vi em um documentário do Creative Commons, Good Copy, Bad Copy, mas tenho preguiça de confirmar.

Mas fato é que a qualidade é sofrível, chegando ao nível do trash. E de cinema trash eu gosto. É o melhor tipo de filme para assistir depois de 3 litros de Heineken com os amigos. Inspirado em um artigo da Vice com o subtítulo Cristãos nigerianos fazem os melhores filmes para assistir chapado, listo minhas recomendações de filmes trash nacionais e estrangeiros, recentes ou muito antigos, para assistir quando está com a casa cheia de gente muito louca de qualquer coisa e/ou just for lulz:

Black Dynamite

Esta pérola de 2009 para mim é uma prévia do que será Machete. Não é bem um trash, mas o climão retrô e cenas absurdamente mal-feitas propositalmente tornam a coisa divertida a um ponto épico. Michael J. White (que foi ninguém menos que Spawn nos cinemas) é Black Dynamite, um nigga mothafucka ex-agente da CIA, mestre de kung-fu e pegador do mulherio, que volta a combater um grupo de tráfico após a morte de seu irmão caçula. Tramas, black music, climão 70’s, gostosas e o fantasma de Abraham Lincoln são a receita de sucesso – quase como naquele episódio em que Homer Simpson e Mel Gibson gravam um filme juntos. Para mim, só faltou o Mr. T.

666: Beware the End is Near

O filme citado na matéria da Vice é de fato um primor trash. Dirigido pelo Pastor Kenneth Okonkwo, a.k.a. herói do filme, a trama se resume à vinda de Lúcifer para trazer seu filho à Terra. Lúcifer é tipo um rei Momo canastrão que solta lasers pela mão e diz “Eu vou dominar o mundo” rindo (de verdade xD) enquanto suas p*tas malvadas riem. A criança – um Damian nigeriano – com seu chifrinho colado na testa, fuma, bebe e pega o mulherio geral. Trepanação, lasers e chroma key, e no fim um cristão tem os olhos arrancados por um vácuo e um outro diz para nos arrependermos pois o fim (do mundo, não o do filme) está chegando, e ninguém gostaria de ter seus olhos sugados.

King Kong vs. Godzilla

Um dia na faculdade alguém baixou e esqueceu de apagar a Batalha do Século! Dois gigantes se encontram para talvez o primeiro crossover dos cinemas: Godzilla, terror de Tóquio e lança-chamas reptílico defenderá sua terra natal contra o infame King Kong, titã primata e agora DEUS DOS RAIOS. Um duelo colossal no melhor estilo “cai pra dentro que é tapa na cara”. Esta pérola é de 1962, e me faz pensar como os criadores de maquetes deviam ficar p*tos por gastar horas de trabalho criando uma minicidade perfeita para dois cretinos fantasiados rolarem em cima dela como um pornô interespécies.

Mega Piranha

Eu me pergunto como as emissoras de TV pagam para estas coisas serem produzidas. Dos mesmos produtores de Mega Shark vs. Giant Octopus e A Mulher de 15 Metros de Altura, o filme aborda piranhas amazônicas terrivelmente vorazes, que saem comendo o que encontram pela frente. Só que conforme vão comendo, elas vão aumentando de tamanho, tornando-se um risco à humanidade (a.k.a. Estados Unidos). Chega ao ponto ridículo de uma piranha engolir um HELICÓPTERO DE GUERRA inteiro de uma só vez.

Pensando bem, deve ser divertido 1) fazer filmes assim e 2) ter gente que pague para você fazê-los.

Cinderela Baiana

Pra fechar, uma produção orgulhosamente brasileira. Eu pensava em colocar um filme do Petter Baierstoff, como O Monstro Legume do Espaço ou Vadias do Sexo Sangrento. Mas estes são filmes para aplaudir comparados com o nível de tosquice de Cinderela Baiana. Com o grande talento de Carla Perez, nem a participação de Lázaro Ramos fez o filme ser levado a sério. Além de ter a considerada pior cena de luta da história do cinema, Carla Perez fecha a pérola dando uma lição de moral, libertando passarinho e chutando a canela da UNICEF antes de cair no axé, tudo na mesma cena.


Ah, sim. Sou Thiago Ferronatto, novo colaborador do Blablaísmo. Sou de Porto Alegre, mas vivo em Buenos Aires. Já trabalhei com Converse e Vice Magazine, e hoje trabalho em um estúdio de social games onde minha função é derreter neurônios de crianças com jogos de Orkut. Provavelmente falarei mais de música internacional desconhecida e cinema, entre outras coisas. E já li todos os 6 volumes de Scott Pilgrim. 🙂