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The Big Boring Theory

Quando foi criada, a premissa do seriado The Big Bang Theory era sensacional: o dia a dia de um grupo de nerds. Sempre relegados a papéis coadjuvantes (leia-se alívio cômico), agora os nerds teriam um seriado baseado neles. Dito e feito, o seriado realmente conta um pouco do universo nerd, mas com uma pegada cômica e com personagens com uma característica nerd elevada à uma alta potência.

Na série, Leonard e Sheldon são dois jovens cientistas que dividem o mesmo apartamento. Leonard é o nerd que consegue até deixar sua “nerdice” de lado para ter uma convivência com outras pessoas e Sheldon é o nerd no nível quase máximo da palavra: muito inteligente e prática de viver em sociedade beirando o zero. Ambos sempre recebem a visita de Wolowitz e Koothrappali – o primeiro acha que é um Don Juan e o outro é um indiano que não consegue conversar com mulheres, a não ser que esteja alcoolizado. Todos esses personagens são inteligentes e a série é recheada de citações nerds e sobre a cultura pop (filmes, quadrinhos e videogames).

Para completar, a série conta com uma loira burra e gostosa, chamada Penny. É por ela que Leonard se apaixona e assim vai a primeira temporada inteira. A clássica situação nerd se apaixona pela mulher inalcançável. Alguma dúvida de que ele vai conseguir?

A primeira temporada teve ótimas piadas e sacadas nerds por assim dizer. O ponto alto da primeira temporada ficou no último capitulo, onde o personagem Sheldon consegue utilizar, de um modo bem simplificado, a teoria do Gato de Schrödinger para fazer com que Leonard finalmente consiga se declarar para Penny.

Foi uma primeira temporada primorosa e mostrou que havia a possibilidade de fazer uma série cômica mesmo utilizando termos tão complicados para os não nerd ou não familiarizados com termos assim. Tanto que a segunda temporada continuou no mesmo ritmo, dessa vez mostrando um pouco do começo de namoro de Leonard e Penny e com um foco maior naquele que se mostrou um dos mais divertidos: Sheldon. Por ser um nerd cheio de manias e com problemas de convivência social, era o personagem que mais conseguia tirar risadas do telespectador, devido às situações que beiravam o absurdo. Wolowitz e Koothrappali também começaram a aparecer mais, sendo esses dois a certeza de risadas garantidas.

Eis que chega a terceira temporada e algo começa a sair errado: as piadas começaram a ficar de acesso fácil e as bem sacadas referências científicas ficaram fracas, como se os roteirista subestimassem a capacidade do espectador de captá-las. Um exemplo que acontece em um dos episódios, quando Leonard e Penny estavam na cama:

Leonard: Se o Professor de Educação Física dissesse que era para isso que eu treinava, eu teria me esforçado mais.

Penny: “Faça ou não faça, tentativas não há”.

Leonard: Acabou de citar “Guerra nas Estrelas”?

Penny: Acredito que citei “O Império Contra-Ataca”.

Pronto, a piada foi explicada. A referência a cultuada série de filmes Guerras nas Estrelas foi escancarada ao espectador, para o caso do mesmo ter residido em uma caverna nos últimos 30 anos, ou ter ficado em coma no mesmo período de tempo. Outra mostra de que o seriado começou a baixar o humor foi a introdução do bordão “bazinga” para o Sheldon. Quando ele é sarcástico, bazinga! Aliás, vale aqui comentar que as manias do Sheldon já começaram a perder o humor e conquistar a irritação de quem vê.

Os poucos momentos em que a série conseguiu me fazer rir um pouco nesta temporada, foram as participações do Wolowitz e Koothrappali. Os dois continuam os mesmos e ainda soam engraçados, percebe-se que o humor da dupla é bem fluído. Um ponto engraçado, que vale aqui comentar, é quando os dois se fantasiam de góticos para freqüentar um bar gótico, só para impressionar as mulheres.

Talvez seja apenas uma visão ranzinza de minha parte, mas após o final dessa terceira temporada não consigo enxergar um futuro muito promissor para a série. Ainda mais agora que será introduzida uma namorada para o Sheldon, sendo essa uma versão feminina do personagem.

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