A Rua Misteriosa
A rua estava escura, coberta pelas trevas, mas a lua a iluminava. Com a lua cheia havia uma iluminação parecida com a dos filmes, era uma rua repleta de suspense, dava para sentir no ar. Este era pesado, sentia minha respiração profunda, pesada. E, assim, precisava respirar devagar e intensamente.
Não havia ninguém, nenhuma alma, nenhum barulho. A não ser, talvez, por aquele papel branco que rolava com o assobio do vento formando uma sinfonia com as folhas e os galhos dos orvalhos na calçada do lado direito. Do esquerdo, as flores amarelas dos ipês caiam na rua.
Assim, a rua pedregosa se transformava num tapete do mais fino e rico tecido, era como seda do começo do século.
A rua era estreita, não possuía nome, não tinha números, tinha apenas aquele portão no fim. O portão era de ferro já gasto. Havia duas estátuas na frente, uma de cada lado. Eram crianças tão perfeitas que pareciam estar vivas…mas não estavam. Suas faces assustadas me davam a impressão que estavam gritando.
Atrás do portão, o cheiro de enxofre era insuportável, mas combinava com a neblina que escorria impregnando tudo, eu não conseguia ver nada, além da neblina. Era a cortina que escondia algo que não era para ser visto, um segredo.
A rua era semelhante a um deserto, constituído pela noite, pelas trevas e pela solidão. Não há tempo, nem estações. E uma rua que está fora dos padrões a que chamamos de realidade.
Sabe, às vezes, é bom avisar que você vai colocar um texto no ar hehehe
Muito bonita a imagem, mais uma vez você escolheu ela muito bem. queria ter essa habilidade de escolher imagens para contos como você faz.
Mas eu gosto dos seus contos! Por isso fica mais fácil escolher a imagem. =D