[TOP 5,5] Masoquismo Social
Diz-se que o que se faz com gosto, é melhor. Mas nem tudo que se faz com gosto, se faz por gostar. Há uma série de atividades que fazemos com gosto pelo desgosto, num esquema meio estranho, talvez masoquista.
Por exemplo: ler um artigo de um autor que você considere medíocre, ou cujas idéias sejam insuportavelmente divergentes das suas, ou assistir um programa de TV que lhe dá vergonha alheia. Detalhe: não se faz por obrigação, não há compatibilidade do que vê, faz-se sem espectativa alguma de ganhar alguma coisa com isso; mas o faz mesmo assim.
Vez por outra me pego pensando por quê raios estou participando-me disto ou daquilo: a curiosidade geralmente é a primeira culpada, afinal, acontece sempre em alguma situação que relaciona-se com algum de meus interesses. Mas com ela vêm sempre algumas companhias agônicas, como a autoafirmação e o fanfarrão espírito de porco, louco pra esculachar com quem fecha com aquilo… E (quase) nunca é por puro escárnio.
Estes exercícios liberam uma certa tensão e violência, talvez um impulso natural do animal homem. Herança de épocas onde atividades agônico-culturais eram mais comuns? Não sei. Se desequilíbrio ou condição, a idéia de tirar prazer de algo que em princípio te agride, e da agressão, de modo geral, é uma viagem por si só.
E como o povo aqui é chegado em listas, mando meu top5,5 de masoquismo cultural:
1. Cobertura de jogo do Corinthians na “Era Ronaldo”
Jornalismo esportivo é geralmente insosso, mas quando eles falam do Timão do Ronaldo (94,23% do tempo) é uma senhora porcaria. Mas eu gosto de falar mal do Ronaldo (ele é foda, mas faz muita merda). [nota do editor: RONALDO!]
2. Post sobre impostos de games no Brasil
Nem tanto o post em si, mas sempre tem vinte comentários do tipo: “só no Brasil isso acontece. Eita paísinho…” – é muito leite com pêra pro meu gosto. E não sei por que cargas perco tempo comentando estes posts.
3. Novela da Glória Perez
É tipo filme de Hollywood que coloca a floresta amazônica no Rio de Janeiro. É ruim, mas sempre dou umas risadas. Certamente essa não é maneira lá muito auspiciosa de se gastar o tempo.
4. Reality Show
Eu não gosto. Eu não sei quem participa. Mas não tem como não saber que o que está acontecendo.
5,5. Revista Veja, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo (0,5 pra cada)
Se topar um desses na rua sai um quente e dois fervendo. Mas fazem uma leitura alucinada, quase lisérgica do cenário político que dá uma curiosidade tremenda de ver as besteiras que estão falando.
Seja o que for, melhor não perder muito tempo com isso. Quando destruir coisas toma mais tempo que construir outras novas, é sinal de que há algo melhor a fazer
Ronaldo-
Sempre torci para ele, o único momento de desamor foi quando esse rapaz fez o favor de vestir a camisa que meu Flamengo usou para conquistar o Mundial no Japão, para passear com travecos. Aí a freguesia não aguentou, e fez: “Tu és time de Travecão”. Culpa sua Ronaldo, vacilou. Mas, é dificil não ir com a cara dele, ainda mais os torcedores barrigudos do Corintians que tem agora um ídolo com quem se identificar.
Video Game-
Estou por fora, a não ser o da imagem, o Atari. Mas, entendendo o seu ponto de vista sobre com comenta a toa.
Gloria Perez-
Acho ela uma ótima criadora de personas, o Gótico do Eri Johnson lembro até hoje. E a Raissa funkerona da Mariana Ximenes. Mas, o enredo de sua estórias, realmente fica capenga, por ela se preocupar mais com passar alguma mensagem do que propriamente contar uma estória.
Reality Show-
Gostava de ver The Osbournes, o reality do baterista do Blink 182, apesar de não gostar nem um pouco dessa banda, e sou Big Brother addict. Agora realmente é uma perda de tempo do cacete.
Veja-
Olha, eu não leio faz um bom tempo. Teve uma desagradável resenha do disco Tempestade que o cara dizia que não aguentava mais Renato Russo. 😛 Falou bem de Street Fighter do Van Damme, e outros moles que não lembro. Eu leio Época.
Valeu Wagner.
De nada, mas o texto é do Leo =D
OK. Falha minha. Podia somar nessa lista nextel.
Valeu Leonardo Lima.