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Batman – O Cavaleiro das Trevas – Parte 2

Como foi dito na parte 1 deste post, o novo filme do Batman teve inspirações de duas das melhores histórias: A Piada Mortal e O Longo Dia Das Bruxas. Antes que algum fã xiita reclame, já quero deixar claro que inspirar não significa adaptar. Se você conhece A Piada Mortal, verá vários elementos dessa história no filme, mas não ela completamente.

A Piada Mortal (The Killing Joke).

Com roteiro do mestre Alan Moore e arte de Brian Bolland, A Piada Mortal é considerada uma das melhores histórias do homem-morcego, talvez perdendo para O Cavaleiro das Trevas – de Frank Miller. Quem conhece Alan Morre, sabe que terá um roteiro primoroso e inovador nos quadrinhos.

A história é basicamente o seguinte: Coringa sequestra e tortura psicologicamente o Comissário Gordon, com com fotos mostrando torturas com sua filha Barbara. A intenção real disso é mostrar ao Batman que qualquer pessoa pode enlouquecer após um dia ruim. Mesmo a pessoa com a mais boa das indoles.

Moore nos presenteou com uma história única, brutal, fria, mostrando um Coringa não como um palhaço louco, mas uma pessoa insana ao extremo. Uma insanidade que pode se alcançada após um dia ruim. Essa história mostra uma nova origem para o Coringa, com uma familia, uma tragédia, sua covardia, e como tudo isso serviu para que sua insanidade brotasse de forma aguda.

Também temos um Batman pensativo, filosofando sobre sua condição. Batman e Coringa, neste história, tiveram uma origem parecida. Ambos são insanos. O modo como cada um aflora a loucura é diferente. Podemos dizer, e isso ficou claro no novo filme também, que um completa o outro. Ambos são o lado de uma mesma moeda.

São três pilares que se misturam: Batman, Coringa e Gordon. Um totalmente insano, outro usa uma máscara para confrontar a realidade. E temos Gordon, que mesmo com a tortura que lhe foi infligida, manteve a sua razão. Nos mostra que a teoria do Coringa não é totalmente correta: não é necessário apenas um dia ruim, existem muitas variaveis para que uma pessoa se torne insana. No final, temos uma troca de papel: vemos um Coringa lúcido e um Batman louco. Isso é percebido atráves uma piadinha que o Coringa conta, relembrando seu tempo antes da insanidade total.

Onde a piada encontra o filme

Em várias partes do filme, podemos perceber a influencia d’A Piada Mortal. O alvo do Coringa é transferido para Harvey Dent e em alguns partes, para Gotham. Não temos aquele Coringa engraçado de Tim Burton, e sim o Coringa da Piada Mortal. O que torna tudo mais atraente para o telespectador, pois é possível perceber uma profundidade no personagem.

Parabéns para Nolan, que conseguiu fazer um roteiro primoroso e tirou dos atores atuações memoráveis

No próximo post, saiba qual a influência da mini-série O Longo Dia das Bruxas no filme do Batman.